Psiu..
Silêncio, não conte aonde estou
Estou escondida, atras deste véu
Preciso esconder-me ou eu perderei este jogo;
Me vejo do outro lado, me procurando
E não sei aonde estou.
Eu, e meu Reflexo, juntos, brincando de esconder..
Eu me escondo, e tento me achar..
Reflexo fora de mim, não em um espelho
Ou vidros quebrados
Nitidamente eu podia vê-lo e senti-lo fora de mim
Forma bela, meu rosto, meus traços estavam alí..
Fora de mim..
jogando pedras no destino, arriscando-se e me castigando..
Eu e meu reflexo, de mãos dadas á caminhar
dois caminhos á seguir
Um ser, dividido em dois, inconsequente indecisão
A expressão em teu rosto já não se parecia com a minha
Era triste, e eu o escondia.
Magoara-se com meu orgulho, que de vergonha o ocultei
Toda a tristeza e magoa, que carreguei..
Reflexo frágil! CRiança levada, de coração de algodão..
Refletia todo meu interior
Eu o via, o sentia.. só faltava aceita-lo..
Não podemos parar de jogar?
Isto pode me enrolar.. ainda não estou pronta para perder..
E isso, pode ainda me revelar..
O véu que cobre meu rosto, é tão cuidadosamente perfeito
Se eu tira-lo, me tornarei frágil.. E serei como meu relexo.
Serei um reflexo fraco, indeciso, triste e pobre.
Meu véu, é de pura riqueza, coberto com orgulho e sorrisos forçados
Correspodindos sempre, com a frieza que alimenta todo esse lado de meu ser..
Hey Reflexo, esta ficando tarde..
O que vamos fazer?
Vamos nos render um ao outro, ou continuar á jogar?
A segunda opção me agrada, e me tira risos como o de um bebê.
Isso já me faz contigo parecer..
Espere! Não estou me entregando. Ainda á muita coisa em jogo.
Podemos parar ´por aqui, obrigada pelo momento de espontaneidade..
Eu fui feliz com meu Reflexo por um instante..
Agora me cubro com o véu.
Até o próximo encontro.
.
Beijos. Pétala Negra.
Retratos antigos,
lembranças apagadas de uma felicidade que passou...
Momentos em que meus traços eram belos e sem dor
Meus lábios sorriam, e cantavam canções de amor
Meu olhar tinha um caminho certo para olhar
E simplesmente.. seguir em frente
Nas ruas em que andei
durante essas certezas, me perdi
A felicidade ja não sei aonde deixei
Meu coração agora, chora desamparado
E minha alma é inquieta e Desesperada
Traços de alegria, agora esquecidos no tempo
E relembrados em meras fotografias..
Traços da inocência. aquela que até então eu desconhecia
Agora.. já não é mais minha...
Traços de amor, que eu sempre dispunha á dar..
Agora ja não fazem sentido, com este destino,
Que insiste em me contrariar..
Traços perdidos, enlaçados no esquecimento
nas ruas em que andar, ja não mais os levarei
Mas aqueles momentos, da minha lembrança..
eu nunca os apagarei..
.
Beijos, Pétala negra.
Lá estava eu... eu?
Sentada na varanda da velha casa aonde vivi minha infância
Eu? Vivi? Não vivo Mais?
Lá viví meus anos de outro, onde nada era um não poder
Lá meus sonhos ainda tinham esperanças de se tornarem realidades
Meus? Tinham? Não têm mais?
Lá meu sorriso não escondia um segredo, e nem minhas tristezas
Meu? Não escondiam? Hoje escondem?
Lá, eu era livre! Corria descalço, e ao anoitecer contava estrelas, até adormecer
Eu? Era? Contava? E Hoje?
Hoje, MEU EU só pode re-lembrar de tudo que ficou para trás.
Podemos conversar, como se tudo que passou nunca tive acontecido
Eu tento engana-lo para não faze-lo sofrer
Oh agora apenas veja no que o transformei
Um espaço vázio, feito de ilusões
Quiz alimenta-lo com minhas lembranças,
Não pude com isso sustenta-lo, quando EU estava perto do abismo
Hoje meu eu sofre sozinho
Num canto escuro, lá no espáço vazio
Enquanto eu, me ponho á sorrir e a espalhar ilusão..
Meu eu e eu, Aqui estamos
Sentados na varanda da velha casa
Onde viví minha infância...
.
Beijos, Pétala Negra.